FLI-BH anuncia escritoras de peso

Conceição Evaristo, Maria Valéria Rezende e a americana Porsha Olayiwola, campeã mundial de slam, são convidadas do Festival Literário Internacional de BH, que acontece em setembro


Conceição Evaristo Foto: Joyce Fonseca / Pallas Editora

A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou nesta quarta-feira (09/07) as primeiras convidadas para o 2º Festival Literário Internacional (FLI-BH). Com o tema “Vozes de todos os cantos”, o evento acontecerá entre 14 e 17 de setembro, no Centro de Referência da Juventude (CRJ), ao lado da Praça da Estação, e promete reunir mais de 100 personalidades da literatura brasileira e mundial.

Seguindo a tendência da diversidade estampada em outros eventos do gênero, a exemplo da influente Flip (Festa Literária de Paraty), o FLI-BH resolveu homenagear uma mulher: a escritora mineira Laís Corrêa de Araújo, uma das fundadoras do Suplemento Literário de Minas Gerais. “É uma escolha ética, estética e política. Por que a Laís foi poeta, crítica, tradutora, ensaísta, e está entre as grandes dos anos 50 e 60. Mas, não tem o reconhecimento dos homens daquela época”, justifica a poeta Adriane Garcia, uma das curadoras do FLI, ao lado do escritor Francisco de Morais Mendes.

Nesse sentido, o festival traz uma gama de escritoras e literatas das mais diversas vertentes. Entre elas, as conceituadas Conceição Evaristo e Maria Valéria Rezende, ambas vencedoras do Prêmio Jabuti, e principais atrações desta edição. Além delas, também estarão presentes a professora e ativista indígena Eliane Potiguara, do Rio de Janeiro, fundadora da Rede Grumim de Mulheres Indígenas; e a americana Porsha Olayiwola, do Texas, campeã mundial de slam.

A inclusão do slam, aliás, é uma das principais novidades do FLI. O slam é uma expressão performática de poesia falada, geralmente apresentado em forma de duelo entre dois ou mais poetas, no qual o vencedor é eleito pelo voto do público. Segundo a coordenadora do FLI, Fabíola Ribeiro Faria, a inserção de saraus e do slam no festival acontece pelo crescimento próprio desses movimentos nos espaços públicos de Belo Horizonte e cidades próximas, a exemplo do Circuito Metropolitano de Saraus.

“Inserir o slam e esses saraus que já acontecem por conta própria no meio institucional é muito importante. Não que o slam dependa disso, mas ele com certeza ganha visibilidade e cria condições para se expandir e se fortalecer quando é abraçado por um festival literário. E eu entendo que toda forma de expressão poética é um estímulo literário. Incluindo a poesia falada, sem dúvida”, diz Fabíola.

Além das convidadas que vão dominar a programação do festival, o FLI-BH também confirmou nomes como Luiz Vilela, escritor que comemora 50 anos de seu primeiro livro, “Tremor de Terra” (1967), e o congolês Felix Kaputu, ensaísta, pesquisador e escritor refugiado temporariamente no Brasil através do programa International Cities of Refuge Network (Icorn).

Independente

Neste ano, o FLI-BH também retoma a parceira com a Primavera Literária, uma iniciativa que reúne 39 editoras independentes de todo o país em uma grande feira. A proposta é organizada pela Liga Brasileira de Editoras (LIBRE) e vai apresentar títulos com até 50% de desconto, reunindo publicações de áreas diversas como educação, cultura popular, história do Brasil, sociologia e literatura infanto-juvenil.