Raio X dos parques de BH

Um aprofundamento sobre as condições dos parques de BH e as novidades como o Plano de Manejo


Por Cristiana Andrade

Fotos: Amira Hissa/Flickr PBH

Depois do susto da febre amarela rondar Belo Horizonte e provocar o fechamento de três unidades de conservação – os parques Mangabeiras (que reabriu parcialmente nesta terça-feira, 20), Serra do Curral (reaberto no final de maio) e Jacques Cousteau –, a Fundação de Parques Municipais (FPM) prepara a elaboração do plano de manejo para cada um dos 74 espaços de preservação e lazer sob sua gestão na cidade. Nenhum dos parques da capital tem esse plano, documento básico e fundamental para gestão de qualquer unidade de conservação.

“É o plano de manejo que define as regras do que pode e não pode (ser feito) no local, quantas pessoas podem entrar, o zoneamento, quais espécies estão ali, e também norteia de que forma podemos melhorar a convivência entre fauna, flora e visitantes”, explica o biólogo e presidente da FPM, Sérgio Augusto Domingues.

Antes de ser reaberto, o Parque das Mangabeiras passou por reparos nos cercamentos e espaços internos, assim como o Parque da Serra do Curral. Localizados no sopé da Serra do Curral, esses parques foram fechados em fevereiro, por orientação da Vigilância Sanitária Municipal, juntamente com o Jacques Cousteau, no Bairro Betânia, Região Oeste da cidade.

Os trabalhos de recuperação de infraestrutura levaram mais de 60 dias, pois, de acordo com a FPM, durante o período de isolamento das unidades foi necessário imunizar todos os funcionários contra a febre amarela e, somente depois, partir para o trabalho de diagnóstico de problemas.

No Parque Serra do Curral, ainda estão fechadas a trilha que dá acesso ao Mangabeiras, há mais de um ano bloqueada, e a trilha no meio da montanha, que era usada pelos mais aventureiros para um trajeto mais radical.

“O local tem muitas pedras e não oferece a segurança ideal para o usuário. Por isso, por enquanto, todo mundo terá de usar apenas a trilha ecológica demarcada. Percebemos também que algumas portarias-limítrofes entre o parque e a empresa Vale estavam danificadas, com sinal de que motos estavam passando por ali. Tivemos de reforçar essa estrutura e arrumar os banheiros”, diz Sérgio Domingues.

Manejo

Sobre os planos de manejo a serem elaborados inicialmente por técnicos da própria fundação, os trabalhos devem começar pelo Mangabeiras. Criado na década de 1980, o parque é o maior em área da capital, com 2,8 milhões de metros quadrados. “Ele é o maior e é um ícone para a cidade”, acrescenta Domingues. As equipes já estão sendo capacitadas e, a partir da experiência do do Mangabeiras, o modelo será replicado para os demais parques.

“Estamos buscando parcerias nacionais e internacionais, conversando com universidades próximas, pois os roteiros metodológicos existentes são para grandes áreas de conservação, a maioria rurais. Os roteiros para áreas urbanas demandam outras especificidades”, esclarece.

Foto: Lays Karoline/Flickr

Abandono

A necessidade de elaborar os planos de manejo surgiu de um diagnóstico iniciado em janeiro pela nova administração municipal, de cada um dos 74 parques. Desse total, 54 estão abertos para uso público. Os demais são áreas decretadas de conservação, mas que não foram implantadas com infraestrutura mínima para receber visitantes.

A partir do diagnóstico, percebeu-se que cerca de 15% deles não estava com infraestrutura adequada ou em boas condições para receber o público. A maior parte necessitava de ações de urgência, como poda, capina e pequenos reparos. Diante disso, a FPM (que também administra os cemitérios de Belo Horizonte) sentiu a necessidade de elaborar um plano estratégico que contemplasse as ações emergenciais e, também, intervenções de médio e longo prazos.

“Essas ações consistem em tirar os parques do abandono, que foi a situação na qual os encontramos. No último governo, houve redução de mão de obra, como faxineiros, porteiros, vigias, e corte de materiais essenciais, o que deixou grande parte dos espaços vulneráveis. Cuidar para haver a reocupação pela população é fundamental para eles cumprirem o seu propósito”, diz Domingues.

Insegurança

A situação de insegurança é real. Segundo Carlos Vasconcelos, o Karlinhos, educador físico e técnico de futebol que desenvolveu um projeto sociocultural e esportivo para crianças e jovens em alguns parques da cidade, há unidades sendo ocupadas por usuários de drogas, o que acaba afastando as pessoas que buscam lazer, atividade física e descanso próximo de casa.

“No campo de futebol do Bairro Salgado Filho (Região Oeste), onde, além do campo, existe quadra e academia da cidade, os usuários de drogas se instalaram. Fomos chegando com os meninos, as aulas de futebol e os vizinhos passaram a usar mais o espaço. A gestão lá não é da Fundação de Parques, é da Secretaria de Esportes. Temos a ideia de usar uma área como horta comunitária, mas a situação estava tão ruim ano passado que até paguei para podar a grama”, conta.

Ele lembra que quando começou a ensinar futebol no Buritis, não demorou a aparecer usuário de drogas. “Mas logo surgiram outras iniciativas legais, pois estávamos usando o espaço para atender gente da própria comunidade. A partir do momento que se usa e ocupa o espaço, a depredação vai embora. Sempre penso que são várias as formas de oportunizar para todos. Falta é integrar melhor as ações de cultura com meio ambiente, esportes e saúde, e os parques são excelentes locais para isso”, afirma.

Foto: Bom na Bola, Bom na Vida/ Acervo pessoal

Fim de era

No Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no coração de Belo Horizonte, passam, segundo estimativas da FPM, 600 mil pessoas por mês. Não só a lazer. A conta é feita por alto, já que nenhum parque da cidade tem catraca de contagem de visitantes. A estimativa leva também em conta as pessoas que cortam o parque em trânsito entre as avenidas Afonso Pena e dos Andradas, ou trabalhadores do Centro que fazem ali a “siesta” pós-almoço.

Entre os que trabalham no parque, o fotógrafo lambe-lambe Roberto Marcos, de 58 anos, lembra de outra época do parque. Ainda menino, acompanhou o pai, o famoso lambe-lambe José Marcos da Silva, hoje com 90 anos, no ofício. “Aprendi vendo meu pai fazer e os outros lambe-lambes. Aqui era uma festa, só família, gente que vinha passear, fazer piquenique. E buscava nos retratos o registro daquele momento. Hoje, com o celular, a fotografia aqui no parque acabou”, reclama.

Além da falta de fregueses – ele conta que às vezes fica dias sem bater uma foto com sua máquina digital –, Roberto Marcos aponta a insegurança e o achaque como os “espanta-público” do espaço.

“Quem vem passear no parque está à deriva. Além da população de rua, há os desocupados que ficam aqui mexendo com as pessoas. Os camelôs vendem de tudo aqui, um horror. Falta manutenção, os banheiros estão abandonados e agora pode cachaça dentro do parque”, diz. Roberto acredita que 2017 seja seu último ano no Américo Renné Giannetti. “Para os lambe-lambes, aqui acabou”, afirma, entristecido.

De acordo com o presidente da Fundação de Parques, a questão da segurança nas unidades de conservação é uma das que mais preocupam o governo municipal. “Estamos fazendo um exercício de gestão transversal, ou seja, o morador de rua dentro do parque não é uma questão só minha, mas da Saúde, da Assistência Social”, diz.

Foto Cristiana Andrade

Mutirão 

Com orçamento de R$ 38 milhões anuais, o mesmo de 2005, quando foi criada, segundo seu dirigente, Sérgio Domingues, a Fundação Municipal de Parques não tem estrutura para sanear as emergências de imediato com a estrutura individual de cada parque. Por isso, foram criados mutirões, que concentraram a mão de obra necessária, reunindo até 60 homens, entre capineiros, jardineiros e encarregados, para atacar os problemas de uma só vez. Entre eles estavam pequenas reformas de guaritas, banheiros e cercamentos.

No Parque Professor Guilherme Lage, no Bairro São Paulo, Região Nordeste da capital, foram retirados, em três dias, 20 caminhões de resíduos, entre poda e lixo. A ação contou com apoio da Guarda Municipal e das administrações regionais e ainda está em curso em algumas unidades. “No médio prazo, a ideia é recompor parte dos funcionários e melhorar a infraestrutura. No longo prazo, os parques, já com os planos de manejo prontos, terão melhor definidos seu uso público”, diz presidente da FPM.

Desde julho do ano passado, para fazer eventos como aniversários, piqueniques e casamentos com uso de estrutura (tendas, cadeiras e equipamento de som, por exemplo) nos espaços administrados pela Fundação de Parques Municipais, bem como produzir fotografias e vídeos de cunho comerciais, é necessária autorização e pagamento de taxa. Salvo os casos de eventos de cunho social, cultural ou ambiental, como as aulas de yoga ministradas por meio de parceria com a Associação Mineira de Yoga, os projetos de Liang Gong e Tai Chi Chuan, o Programa para Avistar Aves (Avistavis) e projetos sociais como o desenvolvido pelo técnico de futebol Karlinhos.

Festas comemorativas sem montagem de qualquer estrutura nem demarcação do espaço podem ser feitas sem prévia autorização, desde que respeitadas as regras de uso do parque e fazer limpeza posterior.

Para tirar foto ou gravar vídeos de cunho comercial, o custo é de R$ 30,90, de segunda a sexta-feira, e R$ 40,50, aos sábados.

Fazer um evento no platô do estacionamento sul do Parque das Mangabeiras custa R$ 2.741,95, a hora, enquanto no Parque Aggeo Pio Sobrinho, na Região Oeste, você vai pagar R$ 0,53 o metro quadrado que usar, por hora. Mesmo valor para o uso em eventos com mais de 50 convidados nos parques Fazenda Lagoa do Nado, na Pampulha, e Ecológico e de Lazer do bairro Caiçara, na Região Noroeste. Na Praça JK e nos parques Julien Rien, Rosinha Cadar e Maestro Tom Jobim, por exemplo, o custo do metro quadrado por hora é de R$ 1,07.

Quem analisa os pedidos de eventos é o Departamento de Eventos da fundação. Cada caso é avaliado em específico, antes de ser feita a cobrança. O decreto 16.374, assinado pelo ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB), em 12 de julho de 2016, que regula o uso dos parques para eventos, deverá ser revisado pela nova administração, que avaliará prós e contras e onde é preciso evoluir na norma.

Adoção

Outra iniciativa em curso já há algum tempo é a ampliação do programa Adote o Verde para todas as unidades de conservação do município, a exemplo das praças da Liberdade e JK, na Região Centro-Sul da capital, que são adotadas por empresas privadas que cuidam de sua manutenção (poda, capina, recomposição de mudas, sinalização, reparos de bancos, iluminação etc.) com custos e mão de obra.

A ideia é que empresas se tornem parceiras da municipalidade no cuidado com os espaços. E, porque não incluir também o cidadão nessa história? Questionado se em algum momento isso pode se tornar viável, Sérgio Domingues é direto: “Pensamos em abordar esse tipo de iniciativa nos planos de manejo, sim. Não temos esse hábito, de gestão compartilhada. Entendemos que o poder público tem que fazer, é obrigação dele. Mas ter essas iniciativas voluntárias das pessoas, de escolas ou entidades que queiram cuidar da pintura de uma grade, da manutenção estrutural de um banheiro, de um canteiro, isso é muito bacana, mas pouco incentivada e adotada”, diz.

Na prática, essa “ajuda” já é aceita, e funciona, junto a pessoas físicas, ONG’s e escolas. Interessados em adotar uma área dentro de um parque de BH devem entrar em contato com o Departamento de Planejamento da FPM. Entre as possibilidades de ajuda estão a recuperação das áreas verdes, a conservação e manutenção de canteiros e jardins, de equipamentos e mobiliário; implantação de brinquedos, mobiliários e aparelhos de ginástica, bem como sua manutenção, entre outros.

Grande parte dos parques de Belo Horizonte foi criada a partir de demandas da comunidade, por meio do Orçamento Participativo e, na década de 2000, alguns, via Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte, chamado Drenurbs/Nascentes ou via compensação ambiental, de obras de empreendimentos urbanos com impacto na cidade.

De acordo com a FPM, não é intenção, agora, criar novas unidades. Até porque já existem 20 parques criados ainda não abertos. E muitos nem serão, já que sua função é de preservação.

Personagem da notícia

Foi em 2009 que o físico e matemático Carlos Antônio Apolônio de Vasconcelos, de 56 anos, decidiu expandir sua vocação de trabalho voluntário para levar esporte para crianças e jovens que vivem na Região Oeste da capital. Formado técnico de futebol, o educador, que está aposentado, já se envolvia em ações voluntárias desde 1994, entre elas o Natal sem Fome, iniciativa da organização Ação da Cidadania Contra a Fome e Pela Vida criada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.

Os projetos eram desenvolvidos em vários locais, mas não no bairro onde Carlos morava. Em 2000, seu filho nasceu e Karlinhos, como é conhecido, descobriu um câncer. Dividido entre a dor da doença e a alegria do nascimento do filho, redobrou forças e venceu o tumor. Seis anos depois, o filho pediu ao pai que criasse um time de futebol e foi esta a deixa para que o técnico pusesse seus serviços sociais em prática.

Auxiliar técnico de futebol na escola do filho, Karlinhos, que mora no Buritis, Região Oeste de BH, percebeu que lá, no meio de tantos edifícios e novas construções, as crianças interagiam pouco e não brincavam na rua. “Rascunhei um pré-projeto e levei para a gerente do Parque Aggeo Pio. A ideia era encontrar, uma vez por semana, com crianças da região para jogar bola no contraturno da escola. A ideia pegou, houve demanda e consegui um espaço no estacionamento da BHTrans, aos domingos, para incluir mais 40 meninos e meninas. Em 2010, conseguimos ampliar as atividades no parque para duas vezes”, conta, orgulhoso.

A partir daí, o projeto Bom na Bola, Bom na Vida, cresceu e ganhou outros espaços. As crianças vinham de longe, de aglomerados e de outros bairros. É o famoso boca-a-boca. “Sou do Salgado Filho e meu sonho era espalhar o projeto em todos os equipamentos públicos da Regional Oeste”, diz. As oficinas de futebol (futsal e futebol de campo) e atividades lúdico-recreativas ocorrem no Parque Aggeo Pio Sobrinho, no Complexo Esportivo Salgado Filho e na organização comunitária SCCHP, no Conjunto Estrela Dalva.

“Os educadores físicos são contratados. Não cobramos mensalidade. Os pais que podem ajudar dão o quanto podem. E assim vamos conseguindo manter o projeto. Sempre consigo o patrocínio de um uniforme, das bolas, das coisas que usamos. Não é fácil, mas gratificante. Agora mesmo estou fazendo uma rifa para levantar recursos”, diz.

A criança ou jovem que quer participar deve ter ficha de inscrição preenchida e autorizada pelo pai, declaração de que está na escola e pronto. O projeto é reaplicável em qualquer local, mas é preciso desenvolver com a comunidade o olhar coletivo de uso do espaço público.

“Os parques de BH são imensos e só ter o poder público para tomar conta é um problema: cuidar, manter, limpar, olhar. O ideal seria unir forças e serem formados grupos e conselhos gestores, com gente da comunidade, para construirmos juntos com a prefeitura as programações e usos dos locais. E também unir as secretarias para que haja diálogo entre elas e o serviço seja otimizado”, sugere.

O Bom na Bola, Bom na Vida atende em média 400 crianças e jovens, com idade entre 4 e 17 anos, por mês. Meninos e meninas, Karlinhos faz questão de frisar. “Valorizo a igualdade de gênero. E a contabilidade é fácil: o pouco que a gente investe é muito na qualidade na vida deles. E os resultados são maravilhosos: tem a questão da disciplina, do esporte, do coleguismo, tem roda de conversa e tem o brincar, o mais importante! Isso tudo diminui a vulnerabilidade deles. Tem também resgate de brincadeiras, como pular corda, jogar bolinha de gude, jogo de botão. Nosso próximo passo é sistematizar essas atividades com o acompanhamento escolar. Ver se, de fato, o Bom na Bola, Bom na Vida, está contribuindo no desenvolvimento deles.” Em 2013, o projeto recebeu o Prêmio Gentileza Urbana de BH, concedido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, Seção Minas Gerais (IAB/MG).

Regionais e seus parques

NORTE 5 parques

VENDA NOVA 5 parques

PAMPULHA 13 parques

NORDESTE 15 parques

NOROESTE 2 parques

LESTE 1 parque

CENTRO-SUL 18 parques

OESTE 11 parques

BARREIRO 4 parques

TOTAL 74 parques

Pampulha

Parque Fazenda Lagoa do Nado

No final do século 19, uma intensa movimentação de tropeiros e mercadores originários da Bahia e do Norte de Minas usavam o então distrito de Venda Nova como entreposto comercial em suas rotas rumo ao Curral Del Rey, Sabará e Rio de Janeiro. Aproveitando a parada, descansavam, lavavam suas roupas e banhavam-se às margens de um riacho de águas limpas, ao qual deram o nome de Córrego do Nado. A área hoje ocupada pelo Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado, entre os bairros Planalto e Itapuã, na Região da Pampulha, era, até a década de 1960, parte da Fazenda Engenho Córrego do Nado, de propriedade da família do ex-prefeito de BH, Américo René Giannetti. Com a ocupação dos bairros e a chegada da urbanização, a Fazendinha Janete, como era chamada localmente, foi abandonada e, no início dos anos 1970, crianças e jovens da região começaram a usá-la como área de recreação e lazer.

Implantado em 1994, o parque tem cerca de 310 mil metros quadrados e ampla estrutura, com teatro de arena, quadras poliesportivas, campo de futebol, pista para caminhadas e viveiro de mudas. Ali são oferecidas inúmeras atividades de educação ambiental, cultura e esporte. Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificaram no local cerca de 130 espécies de árvores, sendo 75% nativas, com destaque para o ipê, aroeira branca, urucum, jatobá, barbatimão, quaresmeira e goiaba brava. Entre os animais estão o pica-pau, o biguá, o mico-estrela, o esquilo-caxinguelê, além de lagartos, anfíbios e peixes. 

Região Oeste

Parque Municipal Jacques Cousteau

Localizado no Bairro Betânia, Oeste de BH, o Parques Jacques Cousteau foi criado em 1971, mas implantado somente 28 anos depois, em 1999. Sua área é de 335 mil metros quadrados e, pasmem, funcionava como depósito de lixo da cidade e, posteriormente, como horto para a produção de mudas de árvores e plantas ornamentais que eram usadas no paisagismo de Belo Horizonte. Muitas dessas mudas cresceram e floresceram no parque, sendo as primeiras a integrarem a vegetação da mata local.Técnicos e biólogos consideram sua cobertura vegetal muito significativa, apresentando um avançado grau de regeneração natural, e contínua, correspondendo a 80% da área total. A vegetação predominante é de porte arbóreo, existindo ainda espécies ornamentais e frutíferas (mangueiras, jabuticabeiras e bananeiras). Prova de que é possível preservar áreas verdes em meio ao caos urbano, o Jacques Cousteau protege nascentes e cursos d’água perenes. Vivem ali anfíbios, répteis, aves, como saracuras e sabiás, além e gambás, cuícas e micos-estrela. Como opção de lazer, o parque tem brinquedos em madeira, academia a céu aberto e trilhas ecológicas.

Centro-Sul Parque Municipal Professor Amílcar Vianna Martins

Um mirante com vista para a cidade, brinquedos, academia a céu aberto e áreas de convivência são opções de lazer do Parque Professor Amílcar Vianna Martins. Implantado em 2000, o parque tem área de 18 mil metros quadrados e abriga o primeiro reservatório de água construído na cidade. O Reservatório da Serra, como é conhecido, mantém-se ativo, desde 1897, abastecendo os bairros Serra, Anchieta e parte do Cruzeiro, São Lucas e Funcionários.

Centro-Sul

Parque Área das Nascentes da Barragem Santa Lúcia

Parque criado a partir da desapropriação de oito lotes em 1997, tem três nascentes que abastecem a barragem do Parque Jornalista Eduardo Couri, mais conhecido como Barragem Santa Lúcia. A área está inserida na macrobacia do Ribeirão Arrudas, na Bacia do Córrego do Leitão. A água das nascentes é conduzida até a barragem por uma adutora de 1.710 metros de extensão, passando, respectivamente, pelas ruas Laplace, Harley, Kepler, Avenida Cônsul Antônio Cadar e Rua Michel Jeha.

Repleto de espécies vegetais nativas, como imbés e samambaias, abriga aves, como bem-te-vi, beija-flor, bico-de-lacre e rolinhas. Sendo uma área exclusiva de preservação das nascentes, o parque é um dos que não tem equipamentos e é fechado para visitação pública.

DICA: Quer conhecer melhor os parques de BH? Navegue pelo mapa interativo das unidades:

http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=fundacaoparque&tax=8263&lang=pt_BR&pg=5521&taxp=0&