Temer está de olho é na eleição do Congresso
Consciente dos problemas que pode lhe trazer, Temer agora mira na eleição dos presidentes do Congresso
Por Rafael Mendonça
Michel Temer tem uma batata quente nas mãos. E ela tem nome e sobrenome. Votação dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. Pensa comigo. Imagina se entra um “Eduardo Cunha” qualquer lá do centrão e começa a fazer parecido com o que aconteceu no começo de 2015 com a Dilma.
Pois é esse o dilema que passa Temer. Matéria publicada no Poder 360 do Fernando Rodrigues levanta essa discussão e banca que o presidente já teria seus dois preferidos. Eunício Oliveira (PMDB-CE) no Senado e a recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara, para assumir na eleição de primeiro de fevereiro na volta do recesso. Coincidentemente os dois negam envolvimento mas são citados na Lava Jato.
O resultado dessa eleição é de extrema importância. Passam pelas mãos dos presidentes das casas decisões solitárias que podem atrasar votações, pautar coisas que não interessam ao governo e até decidir seu futuro.
A vida de Temer com o Congresso tem sido das melhores. Emplacou o que quis, como a PEC 55 e a tramitação da reforma da previdência. A relação como está é o melhor dos mundos para um governo na situação desse aí.
Mas imaginem agora se por um descuido, incompetência ou coisa que o valha, um desses deputados do centrão assume o cargo…
Imaginou. Então, o pior cenário possível estaria pintado, com propostas levitando sobre o Congresso do nível de eleição direta em caso de cargo vago. Uma proposta de constituinte levantada por deputados para a reforma política. Sem falar em pedidos de impeachment. Isso é só o gostinho dos problemas que uma eventual derrota deixaria no governo.
Ainda segundo a matéria do Poder 360 a coisa no Senado estaria mais tranquila. Pois não teria aparecido um candidato de peso. Mas na Câmara a coisa complica. Pois mesmo sem seu grande líder, Cunha, o centrão teria ambições nas figuras de Rogério Rosso (PSD-DF) e o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO). Mas falta combinar com a base.
Se os cerca de 200 deputados que hoje estão aí, meio soltos ao vento das verbas e cargos públicos resolverem entrar no jogo, a coisa pode ficar mais complexa. Até fevereiro muita especulação virá por aí