{"id":59068,"date":"2017-06-28T18:57:01","date_gmt":"2017-06-28T18:57:01","guid":{"rendered":"http:\/\/www.obeltrano.com.br\/?post_type=portfolio&p=59068"},"modified":"2017-07-03T15:10:27","modified_gmt":"2017-07-03T15:10:27","slug":"pitanga-um-capoeirista-mental","status":"publish","type":"portfolio","link":"https:\/\/www.obeltrano.com.br\/portfolio\/pitanga-um-capoeirista-mental\/","title":{"rendered":"Pitanga, um capoeirista mental"},"content":{"rendered":"

[vc_row][vc_column width=”1\/1″][vc_empty_space empty_h=”1″][vc_custom_heading heading_semantic=”p” text_size=”” text_font=”font-139983″ text_weight=”800″ text_color=”color-jevc” sub_reduced=”yes”]<\/p>\n

Pitanga, um capoeirista mental<\/h1>\n

[\/vc_custom_heading][vc_custom_heading heading_semantic=”h4″ text_size=”h4″ text_font=”font-157049″ text_weight=”400″ text_italic=”yes” separator=”yes” separator_color=”yes” sub_reduced=”yes”]Um bate-papo sobre orgulho e preconceito com um dos maiores atores brasileiros[\/vc_custom_heading][vc_column_text]Por Lucas Sim\u00f5es<\/span><\/em><\/p>\n

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OURO PRETO\/MG 24.06.2017 – CINEOP – MOSTRA DE CINEMA DE OURO PRETO – Antonio Pitanga. Foto: Leo Lara\/Universo Producao<\/figcaption><\/figure>\n

Antonio Pitanga, 78, tem uma certeza absoluta, mesmo que a express\u00e3o seja “dificilmente usada hoje”: ainda \u00e9 um capoeirista mental. O conceito nem ele sabe ao certo quando apareceu, mas o acompanha desde menino.<\/span><\/p>\n

“Moleque, descobri que n\u00e3o podia entrar no cinema por ser negro e ficava da porta ouvindo. Talvez seja por a\u00ed. Esse baiano aqui entendeu muito cedo as raz\u00f5es para ter consci\u00eancia pol\u00edtica, sendo bisneto de uma escrava e sabendo que as condi\u00e7\u00f5es n\u00e3o eram muito favor\u00e1veis. Por isso, sempre me armei mentalmente e me preparei para embates intelectuais, nunca confrontos bra\u00e7ais”, destaca um dos maiores atores e intelectuais brasileiros em atividade, que participou da 12\u00aa Mostra de Cinema de Ouro Preto, encerrada na \u00faltima segunda-feira (27).<\/span><\/p>\n

“\u00c9 curioso e importante”, como o pr\u00f3prio ator pontua, que o document\u00e1rio que conta sua trajet\u00f3ria, o elogiado “Pitanga”, dirigido pela filha Camila Pitanga e Beto Brant, seja exibido na pra\u00e7a p\u00fablica da cidade hist\u00f3rica, erguida literalmente pelos bra\u00e7os de escravos. “\u00c9 como se fosse um convite para que ningu\u00e9m seja exclu\u00eddo, que nunca mais ningu\u00e9m seja exclu\u00eddo, percebe?”, diz o ator, “eterno aprendiz de mim mesmo”.<\/span><\/p>\n

O filme “Pitanga” tem o m\u00e9rito de n\u00e3o se limitar a homenagear a carreira dessa lenda do Cinema Novo, que j\u00e1 foi dirigido por mestres como Glauber Rocha e Cac\u00e1 Diegues. E nem a uma cronologia dos seus personagens mais impactantes, nos seus mais de 70 trabalhos para cinema, teatro e televis\u00e3o. Mas, sim, expor uma penca de ensinamentos ancestrais de Antonio Pitanga, enquanto ele papeia despretensiosamente com Maria Beth\u00e2nia no quintal de casa, sua primeira namorada aos 16 anos. Ou no encontro com o amigo Chico Buarque, sem enfeites ou pompas.<\/span><\/p>\n

“Quando eu sento para falar com meus amigos, eu n\u00e3o fa\u00e7o entrevistas. A gente conversa. Eu fui conversar com eles e uma c\u00e2mara estava gravando. Muita gente me disse que viu seus \u00eddolos desproduzidos na tela e isso \u00e9 \u00f3timo. Insistiram muito para eu fazer o filme e, quando eu topei, tinha que ser daquele jeito Waly Salom\u00e3o: fa\u00e7am em vida, n\u00e3o esperem eu morrer para me homenagear. E foi o que aconteceu. N\u00e3o h\u00e1 um roteiro, eu simplesmente conduzo a hist\u00f3ria por v\u00e1rios lados diferentes, abrindo janelas e portas para quem quiser participar dessa troca. Por que \u00e9 uma troca. O tempo todo quero aprender tamb\u00e9m”, diz Pitanga.<\/span><\/p>\n

Pelourinho<\/strong><\/span><\/p>\n

13 de junho de 1939, Salvador. Antonio Luiz Sampaio j\u00e1 nasceu aprendendo. Molequinho ainda, ouvia no min\u00fasculo quintal do barrac\u00e3o onde nasceu, no Pelourinho, a hist\u00f3ria da escravid\u00e3o de sua bisav\u00f3 e os ensinamentos de sua m\u00e3e contra uma sociedade opressora.<\/span><\/p>\n

“Minha m\u00e3e tinha essa vis\u00e3o de n\u00e3o ser atrelada a nenhum tipo de machismo, de n\u00e3o depender de homem. E sem nenhuma forma\u00e7\u00e3o intelectual. Era uma mulher do povo, uma neta de escravos, com uma dificuldade muito grande de se movimentar nesse universo. Foi com ela que aprendi que, ao inv\u00e9s de pertencer a um movimento negro, eu seria um negro em movimento. Eu descobri que meu quintal era o centro do mundo. E o cinema entra exatamente a\u00ed”, diz.<\/span><\/p>\n

A fortaleza intelectual de Pitanga des\u00e1gua em sua genialidade cinematogr\u00e1fica nas telonas e fora delas. Em 1960, se tornou Antonio Pitanga ao pedir para fazer o teste do personagem que carrega at\u00e9 hoje no sobrenome emblem\u00e1tico, mas que nada tinha a ver com o seu perfil esmirrado, de baixa estatura, o oposto do que pedia o diretor Trigueirinho Netto.<\/span><\/p>\n

“Eu insisti e no meio daqueles homens fortes cotados para o papel, ganhei por alguma diferen\u00e7a. Por ser um ator e me assumir desde ent\u00e3o como ator, talvez tenha sido isso”, lembra. Anos mais tarde, foi categ\u00f3rico com Jos\u00e9 Wilker ao dizer que estaria no elenco da badalada novela “Corpo Santo”, sucesso da Rede Manchete em 1987, reunindo atores como Christiane Torloni, Chico Diaz e \u00c2ngela Vieira.<\/span><\/p>\n

“A coisa come\u00e7ou assim. Nunca tinha feito papel de escravo, mas tinha sa\u00eddo da Globo e fui contratado pela Manchete. Eles s\u00f3 tinham uma novela, e s\u00f3 tinha eu (para fazer o escravo) e fiz. Depois, eu falei com o Z\u00e9 Wilker, que tinha chegado de Pernambuco e era meu diretor na \u00e9poca: ‘eu t\u00f4 nessa novela a\u00ed do Reginaldo Faria’. E ele me disse: ‘n\u00e3o, voc\u00ea n\u00e3o t\u00e1, n\u00e3o’. O Z\u00e9 Wilker, meu amigo, heim, me disse n\u00e3o. Mas a novela atrasou e o Z\u00e9 me chama para conversar e diz: ‘puta que pariu, voc\u00ea \u00e9 foda, heim, meu irm\u00e3o. Voc\u00ea vai fazer essa novela. Te querem para fazer essa novela’. Cheguei em casa, fui ver os personagens. Eu faria o Patr\u00edcio, 35 anos, um namorador, ex-professor de educa\u00e7\u00e3o f\u00edsica. E fiz um dos melhores pap\u00e9is da Manchete na \u00e9poca. Eu nunca cheguei para nenhum diretor de TV ou cinema ou teatro perguntando: ‘tem papel para negro?’ Se eu dissesse isso, estaria dando para ele a resposta do n\u00e3o. \u00c9 o que me diriam, incluindo o Wilker, meu grande amigo. Eu sempre lutei por personagens e pap\u00e9is, independentemente de qualquer coisa”, diz.<\/span><\/p>\n

Como o cr\u00edtico de cinema Marcelo Miranda assertivamente traduziu, \u201cningu\u00e9m melhor do que o pr\u00f3prio Pitanga para dar aulas sobre si mesmo\u201d. Num longo papo descontra\u00eddo, o ator falou abertamente sobre tudo e mais um pouco \u2013 daquele jeito despojado e filos\u00f3fico, natural de um ex\u00edmio contador de hist\u00f3rias. Nesta entrevista, ela comenta desde a inf\u00e2ncia, a amizade com Glauber Rocha, at\u00e9 os projetos recentes, incluindo o aguardado longa “Revolta dos Mal\u00eas”. Tamb\u00e9m fala das suas viagens de autoconhecimento \u00e0 \u00c1frica, suas opini\u00f5es sobre a televis\u00e3o, representatividade negra nas artes e o pre\u00e7o da fama, tecendo uma compara\u00e7\u00e3o entre Simonal e F\u00e1bio Assun\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\n

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OURO PRETO\/MG 24.06.2017 – CINEOP – MOSTRA DE CINEMA DE OURO PRETO – Antonio Pitanga. Foto: Leo Lara\/Universo Producao<\/figcaption><\/figure>\n

Com voc\u00eas, Antonio Pitanga, por ele mesmo.<\/span><\/p>\n

Inf\u00e2ncia na Bahia<\/strong><\/span><\/p>\n

Eu nasci no in\u00edcio da Segunda Guerra Mundial, em 1939, e vim de uma fam\u00edlia muito pobre, mas uma pobreza com dignidade. A gente ia l\u00e1 no a\u00e7ougue, tinha osso, p\u00e9 de galinha, pesco\u00e7o, sobra de carne. Naquela \u00e9poca, eles n\u00e3o cobravam da gente, davam os restos. E com sorte vinha umas carninhas agarradas nos ossos. O caf\u00e9 da manh\u00e3 era banana da terra, batata doce. Poucas vezes eu comi p\u00e3o na minha inf\u00e2ncia. Tinha fruta p\u00e3o. A gente passava uma manteguinha de lata ali, tudo simples, mas uma pobreza com dignidade. A escola p\u00fablica da \u00e9poca era maravilhosa, tanto que, depois que cresci, tive que ir para a particular. A p\u00fablica era para quem tinha o QI (quem indica), os ricos iam para a escola p\u00fablica. E isso me marcou.<\/span><\/p>\n

Contador de hist\u00f3rias<\/strong><\/span><\/p>\n

Muito jovem eu entendi que tinha a virtude de fazedor de amigos. De v\u00e1rias classes sociais. Isso n\u00e3o era problema na amizade. Meus amigos ricos tinham que ir para casa \u00e0s 16h, chegar certinho, tomar banho \u00e0s 17h em ponto, cear e jantar. Mas eu tinha o mundo. Eu tinha a chegada da noite, tudo o que eu via eu contava para eles. \u00d3, ontem eu vi o Zepelin passando, um cometa, teve briga no bar… No dia seguinte, eu era o contador de hist\u00f3rias da turma. Os olhos dos meus amigos brilhavam porque eu tinha algo que eles n\u00e3o tinham: a viv\u00eancia do cair da noite e da madrugada.<\/span><\/p>\n

Sartre e orelhas de livro<\/strong><\/span><\/p>\n

Eu vivi uma juventude de cabe\u00e7a muito arejada nos meus 18, 19 anos. N\u00e3o est\u00e1vamos olhando para o nosso pr\u00f3prio umbigo. Pens\u00e1vamos num contexto social amplo, quer\u00edamos uma democracia de verdade, n\u00e3o de mentira, como era na \u00e9poca. N\u00f3s v\u00edamos tudo: teatro, artes pl\u00e1stica, dan\u00e7a, capoeira, todo mundo frequentava diversos n\u00facleos de arte do jeito que dava. E lembro que meus amigos, os primeiros inclinados para o cinema, aquela turma toda de Glauber Rocha, Roberto Pires, Luis Carlos Maciel, eles me ajudaram a criar consci\u00eancia pr\u00f3pria. Existia uma vontade gigante de ter consci\u00eancia. Eu e meus amigos nos reun\u00edamos de segunda \u00e0 sexta-feira numa livraria na rua Chile, em Salvador. E rolavam altos papos. \u00c9ramos leitores de orelha, l\u00edamos a orelha do livro porque n\u00e3o t\u00ednhamos dinheiro para comprar. Ent\u00e3o era assim. A gente lia Dostoi\u00e9vski e Sartre s\u00f3 de orelha e discutia um temp\u00e3o, plant\u00e1vamos nosso conhecimento. At\u00e9 que um belo dia o Jean-Paul Sartre chega em carne e osso ao Brasil. Desembarca na Bahia em 1958, e o reitor da nossa universidade (Escola de Artes da Universidade Federal da Bahia) chama a gente para debater ao vivo com ele. N\u00e3o \u00e9 inacredit\u00e1vel?<\/span><\/p>\n

Glauber Rocha<\/strong><\/span><\/p>\n

Ele foi de uma presen\u00e7a muito forte na minha vida. Quando eu vou fazer “Bahia de Todos os Santos” (em 1960), n\u00e3o conhecia o Glauber. Ele era jornalista da \u00e1rea de cultura, tinha feito “P\u00e1tio” e “A Cruz na Pra\u00e7a”, dois curtas. A hist\u00f3ria conhecida \u00e9 que eles queriam um neg\u00e3o forte, mas eu forcei a barra. Pedi para fazer o teste para o Pitanga, fiz, e o diretor falou: \u00e9 voc\u00ea. E na hora do meu teste, o Glauber tinha ido ver o Trigueirinho Netto (diretor) para fazer uma entrevista. Ele me viu e perguntou quem era. Chegou at\u00e9 mim e falou: “voc\u00ea \u00e9 bom, hein? Quer ser ator?”. Eu podia ter dito que eu j\u00e1 era ator. Mas eu disse: \u201cquero sim\u201d. E ele me falou que eu tinha que fazer teatro e aquela coisa toda. Mas eu rebati dizendo: \u201cGlauber, isso \u00e9 para elite. Teatro \u00e9 feito \u00e0 tarde, eu sou trabalhador, n\u00e3o tenho nem o que comer, preciso trabalhar de dia\u201d. A\u00ed ele me levou na casa dele, me apresentou a irm\u00e3 Nancy Rocha e a Tia L\u00facia, sua m\u00e3e, e disse que o almo\u00e7o estava garantido na pens\u00e3o da Tia L\u00facia. Foi a\u00ed que decidi: \u201cvou fazer isso, vou ser um ator\u201d. Eu virei irm\u00e3o do Glauber. Foi muito importante para mim, porque ele n\u00e3o s\u00f3 me inseriu na fam\u00edlia dele como tamb\u00e9m no seio de amigos: Cac\u00e1 Diegues, Joaquim Pedro. O Glauber \u00e9 um revolucion\u00e1rio, foi o primeiro a botar em pr\u00e1tica a coisa de uma c\u00e2mera na m\u00e3o e uma ideia na cabe\u00e7a, literalmente. E estive ali, ao lado dele, vivendo tudo aquilo.<\/span><\/p>\n

\u00c1frica<\/strong><\/span><\/p>\n

Eu vivi dois anos na \u00c1frica porque queria entender de onde eu vim. Voc\u00ea se diz africano e resume a coisa toda a um continente que tem 54 pa\u00edses com muitas diferen\u00e7as. E de v\u00e1rios pa\u00edses vieram o carregamento humano, de escravos, para o Brasil. Eu precisava saber de que \u00c1frica tinha vindo. Fui em dezenas de pa\u00edses, com v\u00e1rias l\u00ednguas diferentes. Eu falava franc\u00eas para sobreviver em alguns deles. Mas muita gente me olhava e perguntava de onde tinha vindo esse negro aqui? O que \u00e9 que ele falava? Ainda bem que eu levei um berimbau, porque toda vez que eu desesperava e n\u00e3o sabia o que fazer ou falar, tocava o berimbau. Descobri que a minha regi\u00e3o \u00e9 Daom\u00e9, na Nig\u00e9ria. \u00c9 o pessoal mais forte da Bahia, que fala iorub\u00e1, toca berimbau na boca, pratica o candombl\u00e9, enfim. Essa viagem s\u00f3 me fez refor\u00e7ar a idolatria por Luiz Gama. O Brasil precisa entender a trajet\u00f3ria desse homem, uma crian\u00e7a nascida livre, mas tornada escrava, que advogou sem diploma para livrar centenas de milhares de negros da escravid\u00e3o. O a\u00e7\u00e3o de Gama \u00e9 muito pela uni\u00e3o do povo negro, um povo que representa mais de 50% do Brasil, mas ainda continua ocupando espa\u00e7os de minoria. Ou seja, as lutas passadas ainda seguem firmes hoje.<\/span><\/p>\n

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OURO PRETO\/MG 24.06.2017 – CINEOP – MOSTRA DE CINEMA DE OURO PRETO – Antonio Pitanga. Foto: Leo Lara\/Universo Producao<\/figcaption><\/figure>\n

Revolta dos Mal\u00eas<\/strong><\/span><\/p>\n

Esse filme, que estou fazendo, nasceu tamb\u00e9m da minha viagem \u00e0 \u00c1frica, mas era um desejo de pelo oito anos j\u00e1, mais ou menos o tempo que estou perseguindo essa hist\u00f3ria. Estou come\u00e7ando a captar, tem a produ\u00e7\u00e3o do Fl\u00e1vio Tambeline e j\u00e1 temos um elenco de frente. Vamos ter L\u00e1zaro Ramos, Ta\u00eds Ara\u00fajo, Camila Pitanga, Rocco Pitanga, Patr\u00edcia Pillar, Jo\u00e3o Miguel, Seu Jorge. Temos um n\u00famero de atores e atrizes, principalmente negros, porque quero contar a hist\u00f3ria de um movimento de negros. Mas n\u00e3o de negros coitadinhos. Para quem n\u00e3o sabe, Mal\u00eas eram assim chamados os integrantes de um grupo grande de negros que vieram de regi\u00f5es como Togo, Mali, Senegal e Nig\u00e9ria. Chegaram um pouquinho antes de Dom Jo\u00e3o VI, que desembarcou aqui em 1808. Muitos mu\u00e7ulmanos e islamitas, e criam um movimento para tomar o poder contra o processo de escravid\u00e3o, persegui\u00e7\u00e3o e racismo. O primeiro movimento foi entre 1811 e 1813, mas eu vou contar no filme o de 1835, que considero mais importante. Estrategicamente, a tentativa de tomar o poder fracassou. Eles perderam a batalha, assim como Napole\u00e3o perdeu a guerra. Mas havia uma estrat\u00e9gia e um pensamento social para tomar o poder, principalmente vindo dos mais jovens. Foi o maior levante contra a opress\u00e3o no Brasil. \u00c9 como Tom Jobim dizia, “o Brazil n\u00e3o conhece o Brasil”, e muito da vontade do filme veio desse pensamento que at\u00e9 hoje persiste.<\/span><\/p>\n

Personagens negros<\/strong><\/span><\/p>\n

Eu acredito que se voc\u00ea \u00e9 um ator, voc\u00ea \u00e9 um ator e ponto. Voc\u00ea pode fazer Shakespeare, Otelo, Dias Gomes, Nelson Rodrigues, Ariano Suassuna. Esse pra mim \u00e9 o xis do problema e uma demonstra\u00e7\u00e3o que a conta n\u00e3o fecha. Por que n\u00f3s, negros, somos mais de 50% da popula\u00e7\u00e3o. Ent\u00e3o a matem\u00e1tica deveria ser favor\u00e1vel a n\u00f3s, mas n\u00e3o \u00e9. Na minha \u00e9poca t\u00ednhamos Ruth Souza, Zez\u00e9 Motta, L\u00e9a Garcia, Grande Otelo, Abdias Nascimento. Voc\u00ea tinha um manancial de atores que de uma maneira ou de outra, mesmo que em pequenas participa\u00e7\u00f5es, estavam ali. Agora, se n\u00e3o recebemos da sociedade o reconhecimento pela nossa capacidade ao longo do tempo, ent\u00e3o estamos seguindo o desenho do colonizador. E sua refer\u00eancia padronizada \u00e9 o personagem alto, loiro e branco. Ele n\u00e3o \u00e9 mulher e nem negro. Timidamente, temos hoje um time maravilhoso com L\u00e1zaro Ramos, Camila Pitanga, Ta\u00eds Ara\u00fajo, Sheron Menezes, Juliana Alves. Mas, na maioria das vezes, os enredos n\u00e3o favorecem oportunidade. Voc\u00ea tem um Tarc\u00edsio Meira, av\u00f4, um Tony Ramos, filho, e um Bruno Gagliasso, neto. Voc\u00ea tem o patriarcado conduzindo, o patriarcal branco, o homem branco. A\u00ed voc\u00ea pega uma novela que tem um negro e ele est\u00e1 sozinho. Dificilmente tem uma fam\u00edlia, como eu fiz na novela “A Pr\u00f3xima V\u00edtima”. Eu acho que a gente ainda fica dependendo que o branco nos d\u00ea a oportunidade. E n\u00e3o \u00e9 para ser assim.<\/span><\/p>\n

De Simonal a F\u00e1bio Assun\u00e7\u00e3o<\/strong><\/span><\/p>\n

O sucesso incomoda. O sucesso traz inveja e uma s\u00e9rie de preconceitos que vem \u00e0 tona quando voc\u00ea fraqueja como ser humano, como \u00e9 o caso do F\u00e1bio Assun\u00e7\u00e3o, agora. Acredito que ele tenha bebido a mais, passado do ponto, agredido algumas pessoas, mas a linguagem que voc\u00ea v\u00ea filmada atrav\u00e9s de um celular e jogada nas redes \u00e9 de uma tristeza enorme. Simonal era um grande amigo e viveu algo parecido. Eu e Jorge Ben mor\u00e1vamos na mesma rua no Rio de Janeiro, na Paula Freitas, entre 1963 e 1964. A gente frequentava o Beco das Garrafas aos domingos, onde surgiu a bossa nova, o jazz. O Simonal j\u00e1 era o Simonal e o Jorge Ben estava come\u00e7ando a furar o olho da bossa nova e se firmar como compositor e cantor com temas afros. Ent\u00e3o, eu te falo de um Simonal com uma generosidade muito grande que n\u00e3o se conta no filme da Elis. No primeiro show organizado por (Jo\u00e3o, ex-marido de Elis) B\u00f4scoli e (o produtor Lu\u00eds Carlos) Miele para lan\u00e7ar Elis Regina no Beco das Garrafas, apareceu o Simonal l\u00e1 da rua. A Elis estava dentro da boate, e ele come\u00e7ou a cantar ainda da rua, antes de entrar: “se voc\u00ea quer ser minha namorada, ai que linda namorada voc\u00ea poderia ser”. Eu estou dizendo isso porque conheci Simonal jogando bola, era o cara que botava o Maracan\u00e3zinho inteiro para gritar. Foi injusto com o Simonal como \u00e9 com o F\u00e1bio. A comunidade negra n\u00e3o abra\u00e7ou o Simonal, aceitou e assinou embaixo esse tipo de persegui\u00e7\u00e3o, essa arma\u00e7\u00e3o para cima dele. Foi de uma crueldade muito grande o que fizeram com ele e, para mim, Simonal \u00e9 uma d\u00edvida grande a ser paga pela sociedade brasileira, como reconhecimento do talento e evolu\u00e7\u00e3o da m\u00fasica brasileira por sua causa.
\n<\/span><\/p>\n

(O rep\u00f3rter viajou a convite do CineOP)<\/span><\/p>\n

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