{"id":63939,"date":"2017-09-29T23:14:16","date_gmt":"2017-09-29T23:14:16","guid":{"rendered":"http:\/\/www.obeltrano.com.br\/?post_type=portfolio&p=63939"},"modified":"2018-12-18T15:44:46","modified_gmt":"2018-12-18T15:44:46","slug":"o-estado-islamico-brasileiro","status":"publish","type":"portfolio","link":"https:\/\/www.obeltrano.com.br\/portfolio\/o-estado-islamico-brasileiro\/","title":{"rendered":"O estado isl\u00e2mico brasileiro"},"content":{"rendered":"

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O estado isl\u00e2mico brasileiro<\/h1>\n

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Por Rafael Mendon\u00e7a<\/span><\/em><\/p>\n

Publicado em 29\/09\/2017<\/span><\/em><\/p>\n

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Estamos em 29 de setembro de 2017, no Museu de Arte Moderna de S\u00e3o Paulo (MAM) e, perto de 17 horas, mais de duas d\u00fazias de curadores, gerentes e diretores de institui\u00e7\u00f5es e museus de arte e defensores da democracia e anticensura.\u00a0<\/span>Estavam frente a frente a uns 30 ou 40 militantes de movimentos de extrema direita que andam t\u00e3o em moda nesse nosso pa\u00eds e que gritavam a plenos pulm\u00f5es que arte n\u00e3o \u00e9 pedofilia. L\u00e1 dentro, na exposi\u00e7\u00e3o, Alexandre Frota fazia bulling com os presentes.<\/span><\/p>\n

Eram 17h25. Na entrada, logo do lado de fora do MAM, esses 30, 40 militantes da extrema direita amea\u00e7avam entrar. L\u00e1 dentro, al\u00e9m do ex-gal\u00e3, duas senhoras e tr\u00eas empolgados militantes incitando os de fora a invadir o museu. A coisa ficou por um fio. Era mesmo muito \u00f3dio na parada.<\/span><\/p>\n

Tudo come\u00e7ou quando o core\u00f3grafo carioca Wagner Schwartz apresentou sua performance “La B\u00eate”, onde seu corpo nu pode ser manipulado pelo p\u00fablico. A performance \u00e9 uma cita\u00e7\u00e3o\/homenagem\/evoca\u00e7\u00e3o \u00e0 obra “Bicho”, da artista Lygia Clark (1920-1988). No meio da performance, uma crian\u00e7a acompanhada de sua m\u00e3e interagiu com o artista. E pronto. Foi a deixa para que come\u00e7assem os ataques \u00e0 p\u00e1gina do museu no Facebook, ap\u00f3s algu\u00e9m filmar a apresenta\u00e7\u00e3o e compartilhar o v\u00eddeo nas redes sociais.<\/span><\/p>\n

Veja bem, a discuss\u00e3o at\u00e9 poderia ser feita, apesar de que a performance esteja a quil\u00f4metros de ser qualquer coisa que racionalmente possa ser relacionada com pedofilia. Mas, claramente a inten\u00e7\u00e3o da turma l\u00e1 n\u00e3o era di\u00e1logo. Era arrumar treta e confus\u00e3o. N\u00e3o existiam argumentos, existia \u00f3dio e escracho. Bulling em forma de protesto.<\/span><\/p>\n

Perguntei para uma senhora o que ela considerava ser pedofilia. “\u00c9 o uso do nosso dinheiro (dinheiro p\u00fablico) promovendo um homem pelado se fazendo tocar por um menino de quatro anos”, respondeu. \u00c9 uma mistura complexa de coisas absurdas para defender um ponto de vista.<\/span><\/p>\n

Eram 17h30. Na entrada do MAM, pr\u00f3ximo \u00e0 bilheteria, uma fileira de pessoas envolvidas com arte fazia uma “barricada humana” em resposta \u00e0 manifesta\u00e7\u00e3o da extrema direita. Foi uma cena que teve sua beleza. Explico, j\u00e1 estamos praticamente em estado exce\u00e7\u00e3o. E ver aquelas pessoas bem sucedidas em seus trabalhos disposta a resistir foi bacana.<\/span><\/p>\n

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