{"id":70272,"date":"2019-03-31T02:56:53","date_gmt":"2019-03-31T02:56:53","guid":{"rendered":"https:\/\/www.obeltrano.com.br\/?post_type=portfolio&p=70272"},"modified":"2019-04-03T19:27:00","modified_gmt":"2019-04-03T19:27:00","slug":"direitos-humanos-e-politicas-publicas","status":"publish","type":"portfolio","link":"https:\/\/www.obeltrano.com.br\/portfolio\/direitos-humanos-e-politicas-publicas\/","title":{"rendered":"Direitos Humanos e pol\u00edticas p\u00fablicas"},"content":{"rendered":"
[vc_row][vc_column width=”1\/1″][vc_single_image media=”70495″ caption=”yes” media_lightbox=”yes” media_poster=”yes” media_width_percent=”100″][vc_custom_heading heading_semantic=”h5″ text_size=”h5″ text_font=”font-157049″ text_weight=”300″ sub_reduced=”yes”]<\/p>\n
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[\/vc_custom_heading][vc_custom_heading heading_semantic=”h4″ text_size=”h4″ text_font=”font-157049″ text_weight=”400″ text_italic=”yes” separator=”yes” separator_color=”yes” sub_reduced=”yes”]Dep. Leninha Souza, presidente da Comiss\u00e3o de Direitos Humanos da ALMG.[\/vc_custom_heading][vc_column_text]Desde cedo percebi que o mundo era muito desigual. Na escola p\u00fablica onde estudei j\u00e1 era vis\u00edvel a diferen\u00e7a entre os colegas que tinham tudo e alguns que, assim como eu, tinham muita dificuldade para adquirir cadernos, livros, fazer passeios, participar das festas escolares. Isso sempre me incomodou e me fez questionar: por que uns tinham e outros n\u00e3o? Ainda que de forma inconsciente, menina, eu j\u00e1 invocava o artigo 1\u00ba da Declara\u00e7\u00e3o Universal dos Direitos Humanos que prev\u00ea que \u201ctodos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos\u201d.<\/span><\/p>\n O sentimento de que era preciso fazer algo para que o mundo pudesse ser menos desigual – do ponto de vista econ\u00f4mico, do acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o, \u00e0 sa\u00fade e cultura – me levou a trabalhar em associa\u00e7\u00f5es de bairros e nas pastorais cat\u00f3licas. Ali se iniciou uma luta para que todos tivessem direito \u00e0s mesmas oportunidades e a garantia daquilo que \u00e9 princ\u00edpio para a dignidade humana: o direito \u00e0 moradia, a uma boa educa\u00e7\u00e3o, \u00e0 sa\u00fade.<\/span><\/p>\n Nas comunidades rurais onde trabalhei, assisti a todo tipo de desrespeito \u00e0 direitos elementares. Vi comunidades sem \u00e1gua para beber, vi fam\u00edlias inteiras plantando a ro\u00e7a uma duas, tr\u00eas vezes, porque a chuva n\u00e3o chegava e o poder p\u00fablico ignorava a seca. Vi mulheres sozinhas junto aos filhos pequenos durante cinco, seis meses enquanto os maridos iam para a colheita do caf\u00e9, para o corte de cana. Falar de Direitos Humanos \u00e9 tamb\u00e9m falar sobre o direito \u00e0 \u00e1gua, a alimenta\u00e7\u00e3o de qualidade, o direito ao trabalho, constantemente violados pela aus\u00eancia de pol\u00edticas p\u00fablicas ou, quando essas existem, uma pol\u00edtica que refor\u00e7a essa desigualdade.<\/span><\/p>\n Assumir a Comiss\u00e3o de Direitos Humanos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, mais de 20 anos depois, numa quadra da hist\u00f3ria em que o verdadeiro valor dos direitos do homem \u00e9 distorcido, torna esse desafio ainda maior.\u00a0 Vejo que ser\u00e1 preciso continuar lutando tamb\u00e9m pelo direito \u00e0 mem\u00f3ria e para que o sentido de todas as nossas lutas desde a redemocratiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o seja apagado. Em 1985, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, em nome da Igreja, apresentou ao mundo a barb\u00e1rie praticada pelo Estado brasileiro no livro \u201cBrasil, Nunca Mais\u201d.\u00a0 Foram 434 mortos pela repress\u00e3o, 144 desaparecidos, 126 militares mortos em a\u00e7\u00f5es contra a resist\u00eancia \u00e0 ditadura. Contam-se 8.300 v\u00edtimas ind\u00edgenas de dezenas de etnias e na\u00e7\u00f5es e 1.196 v\u00edtimas entre os camponeses. Isso n\u00e3o pode ser apagado da nossa hist\u00f3ria.<\/span><\/p>\n \u00c9 fundamental que a sociedade ocupe e participe da Comiss\u00e3o de Direitos Humanos para que juntos possamos lutar pela mem\u00f3ria e desconstruir o conceito equivocado que nos \u00faltimos meses ganhou forma na sociedade: o de que direitos humanos \u00e9 para defender marginais. Precisamos ampliar o debate e reafirmar a defesa de todos e todas que t\u00eam seus direitos violados. E aqui quero fazer um recorte importante: a viola\u00e7\u00e3o dos direitos da mulher e o sofrimento de m\u00e3es, esposas e filhas diante crescimento de 34% do feminic\u00eddio nos \u00faltimos dois anos. Precisamos defender, dia e noite, o artigo 3 da Declara\u00e7\u00e3o Universal dos Direitos Humanos que garante um direito elementar: \u00a0\u201ctodas as pessoas t\u00eam direito \u00e0 vida, \u00e0 liberdade e \u00e0 seguran\u00e7a pessoal\u201d.\u00a0 Isso dever\u00e1 nos guiar em todas as grandes e pequenas a\u00e7\u00f5es, a defesa da vida plena e em abund\u00e2ncia.<\/span>[\/vc_column_text][\/vc_column][\/vc_row][vc_row][vc_column width=”2\/4″][vc_raw_html]JTNDZGl2JTIwY2xhc3MlM0QlMjJmYi1jb21tZW50cyUyMiUyMGRhdGEtaHJlZiUzRCUyMmh0dHBzJTNBJTJGJTJGd3d3Lm9iZWx0cmFuby5jb20uYnIlMkZwb3J0Zm9saW8lMkZkaXJlaXRvcy1odW1hbm9zLWUtcG9saXRpY2FzLXB1YmxpY2FzJTJGJTIyJTNFJTNDJTJGZGl2JTNF[\/vc_raw_html][\/vc_column][vc_column width=”1\/4″][vc_column_text]Leia mais da s\u00e9rie Ditadura Nunca Mais, de O Beltrano<\/span><\/strong><\/p>\n Cinco mil nas ruas<\/a><\/p>\n Negar o golpe \u00e9 tentar mudar a hist\u00f3ria<\/a><\/p>\n As li\u00e7\u00f5es que n\u00e3o aprendemos<\/a><\/p>\n A coragem de Jos\u00e9 Maria Rab\u00ealo<\/a><\/p>\n Aquele 31 de Mar\u00e7o<\/a><\/p>\n