Labsônica é para você, pobre artista

Labsônica vem pra fomentar e dar aquela ajuda nos projetos musicais do Brasil, edital está aberto até dia 25 de outubro


Por Rafael Mendonça

Foto: Renata Mello

O Labsônica, projeto desenvolvido pelo pessoal do Oi Futuro, está com edital aberto para consulta pública (http://www.oifuturo.org.br/cultura/labsonica/) até próximo dia 25 de setembro. E porque estamos dando publicidade a isso? Só porque a ideia é bem legal e pode ajudar a você, pobre artista talentoso da música.

Imagine um espaço de encontro artístico. Um estúdio onde você inscreve seu projeto, produz um som, tromba com um designer de algum outro canto do Brasil que, na base da troca, agiliza seu projeto gráfico. E, no mesmo esquema, encontra um produtor que te ajude a desembolar o resto da parada. Parece um sonho utópico, mas nem é.

 

Foto: Renata Mello

“Queremos atrair artistas, produtores e pesquisadores para ocupar o novo espaço, onde terão condições para desenvolver ideias originais, trocar experiências e reverber projetos”, explica Roberto Guimarães, gestor de cultura do Oi Futuro.

E a movimentação já começou. O edital está no ar, em processo de consulta pública, para ajustes e contribuições. “Todo mundo da cadeia produtiva (da música) pode participar. E essa cadeia é mais ampla do que se imagina”, diz Guimarães.

Impossível não chamar o projeto de primo do Red Bull Station, de São Paulo. Tem lá suas diferenças, mas ambos são projetos de fomento e que buscam integração da classe musical como um todo. A importância de se ter mais um estúdio desses, desta vez no Rio de Janeiro, é uma coisa que ainda tem que ser medida para a música brasileira.

Foto: Renata Mello

O Labsônica foi lançado com uma bela festa no Rio de Janeiro. Contou com apresentações de Alice Caymmi e Relógio de Dali, do Combo Cordeiro e da Keila, várias intalações e performances, e Chiara Banfi apresentando a obra “Ebu d’água.

Em um encontro/debate, estavam Lucas Santtana (cantor e compositor), Leo Feijó (Secretaria de Cultura do RJ), Martin Giraldo (do Red Bull Station), Fernanda Paiva (Natura Musical), e Fabiana Batistella (SIM – Semana Internacional De Música). Com mediação de Rodrigo Lariú, jornalista e fundador do selo Midsummer Madness.

Quando o Lucas Santtana disse que “o artista deve criar seu próprio caminho”, resumiu muito do desejo do Labsônica, de não ser um fim, mas um meio. Esse o papel dos estúdios para a comunidade musical.

Foto: Renata Mello

Ao meu ver, não adianta mais sonhar com glória. O artista do século XXI tem que construir seu espaço. Não terá mais produtor de gravadora bajulando. Martin Giraldo, do Red Bull Station, disse que “o importante é que o artista represente seu tempo, em que a cada dia você escuta uma música favorita”.

Esse é o marco nessa nova era. O excesso de informação nos transforma em gás nobre, coisa volátil, na qual para que algo se fixe na cabeça é preciso que seja novo, instigante e marcante.

(Rafael Mendonça viajou ao Labsônica a convite da Oi Futuro)