O território onde floresce a cultura
Espaço Luiz Estrela reúne grande nomes nacionais em Zona Megafônica sobre cultura e território
Por Petra Fantini
Publicada em 2/07/2018
Já consolidada como espaço definitivo da arte, cultura e política na capital mineira, o Espaço Comum Luiz Estrela sedia nesta semana a terceira edição do Zona Megafônica, cujo tema “Arte, Cultura e Território” será discutido por profissionais referências em cultura de todo país. Nos dias 27 e 28 de julho, sexta-feira e sábado, o evento gratuito contará com rodas de conversa, espetáculos teatrais, lançamento de livro e feira de artesanato.
Espaço de discussões, esta edição da Zona Megafônica procura dar visibilidade à ações culturais e artísticas em diversos pontos do país que incentivam a valorização dos territórios, entendidos pela organização do evento como “espaço de tradição e invenção, que articulam-se cotidianamente na mudança de nossa cultura política”. Representantes de povos originários, artistas militantes políticos e educadores unem forças em compromisso com “a transformação social sensível, diversa e radicalmente democrática”, define a divulgação.
O encontro é realizado pela Gabinetona, mandato coletivo das vereadoras Áurea Carolina e Cida Falabella (Psol). Entre as presenças confirmadas está Bárbara Santos, diretora artística do KURINGA – espaço para o Teatro do Oprimido em Berlim, que também fará o lançamento do seu livro Percursos Estéticos. Confira a lista completa abaixo:
-
Ari Areia (CE): ator, jornalista, negro e militante LGBT no Ceará.
-
Avelin Buniacá (MG): indígena, assessora parlamentar da Gabinetona, onde coordena o projeto IndianizaBH.
-
Cecilia Boal (RJ): psicanalista e atriz, presidenta do Instituto Augusto Boal dedicado a preservar a documentação do dramaturgo e difundir a sua obra.
-
Célio Turino (SP): historiador, escritor e gestor de políticas públicas. Idealizador dos Pontos de Cultura e semeador do Bem Viver.
-
Giovanna Heliodoro (MG): artista independente, pesquisadora de gênero, articuladora política e social. Integra ao Coletivo de mulheres negras Abayomi Entre Nós e o Movimento Nacional de Artistas trans (MONART). É protagonista do Canal Trans Preta no YouTube.
-
Glauce Gouveia (PE): professora e pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco, especialista em Educação Integral
-
Maria Marighella (BA): atriz, gestora cultural e diretora de espaços culturais do Estado da Bahia. Foi coordenadora de teatro da Funarte/MinC.
-
Meire Regina (MG): professora e arte educadora. Integra o Levante de Teatro do Oprimido em BH e a equipe multinacional que organiza o FIC – Festival Internacional Comunitário.
-
Nil Cesar (MG): diretor institucional da Casa do Beco, artista do teatro e mobilizador social.
-
Sandra Silva Quilombola (MG): liderança quilombola da comunidade de Carrapatos da Tabatinga, em Bom Despacho/MG. Foi presidenta da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais – N’golo.
Luiz Estrela
O Espaço foi ocupado inicialmente em 2013, no auge dos movimentos de reivindicação da cidade. O imóvel localizado no bairro Santa Efigênia estava abandonado a cerca de 20 anos, o que comprometeu sua estrutura e deixou a casa em risco de desabamento. Antes, o imóvel sediou o Hospital Militar, o Hospital de Neuropsiquiatria e o Centro Psicopedagógico. Artistas e militantes de movimentos sociais se uniram para reformar o espaço e utilizá-lo como local autogestionado de encontro das artes e culturas da capital mineira.
Pertencente à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), os coordenadores do centro conseguiram a cessão do por 20 anos e autonomia para a gestão do local. A restauração do telhado original do Espaço, que pertence ao Conjunto Urbano da Praça Floriano Peixoto e é tombado pelo patrimônio cultural de Belo Horizonte, foi aprovado em 2015 pela Secretaria de Estado de Cultura pelo valor de 89 mil reais.
Os esforços do Núcleo de Memória e Restauração do Espaço Comum Luiz Estrela – cujo nome homenageia o artista de rua falecido em junho de 2013, poeta, performer, intelectual e morador de rua – foram reconhecidos em setembro de 2017, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) premiou o espaço na 30ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade.
O prêmio foi dado pelo trabalho do grupo em aplicar um conjunto de ações que preservaram os 100 anos de história da edificação, focado no compromisso social, na mobilização comunitária e investimento no potencial humano e comunitário. A iniciativa foi uma das ações vencedoras que receberam o prêmio de R$ 30 mil.
SERVIÇO
Zona Megafônica – Arte, cultura e território
Data: 27 de julho, sexta-feira, às 18:30 | 28 de julho, sábado, de 13h às 22h
Local: Espaço Comum Luiz Estrela – rua Manaus, 348, Santa Efigênia
Mais informações: http://bit.ly/2uKMJAQ